Falando de vinhos raros primeiramente vamos esclarecer o significado do “ser raro”, um adjetivo que significa um bem pouco frequente, precioso, excelente. Podemos dizer que, atualmente no mercado internacional de vinhos, onde existe uma competição global, muitas vezes baseada na lógica do consumo de massa, a definição rara talvez tenha tomado um sentido mais genérico, visando muitas vezes a colocação de um rótulo em uma ampla gama de produtos a mesma variedade ou, talvez, para incluí-lo em uma faixa de preço exorbitante, que faz com que seja acessível apenas a poucos, e, por conseguinte, recebe o título de raro.
Para os vinhos italianos a raridade é expressa quando uma produção limitada imprime um conjunto de características que o tornam único e pouco acessível ao público em geral, não em razão de seu preço, mas por causa da dificuldade de seu fabricante em oferta-lo na qualidade exigida pelo mercado ou o consumidor em conhecê-lo e adquirí-lo. Entre os diferentes fatores que determinam a proliferação destas micro produções, certamente, a relação entre as videiras e biodiversidade assume um papel importante.
Em perfeita harmonia com a sua história política, de tantas pequenas empresas produtivas, a Itália possui um grande número de variedades com cerca de de 450, sendo o terceiro país do mundo e o primeiro entre os grandes produtores mundiais, com um número considerável de vinhos raros e de alta qualidade, uma característica básica da produção de vinho italiano.
Evidentemente que a combinação entre as muitas variedades de uvas e as muitas intervenções da engenharia e da biodiversidade promove uma grande quantidade de produções bem caracterizada a partir dessa união de ações.
Podemos sustentar sem medo que a Itália é o símbolo do país de vinhos raros. O Piemonte não é excepção à regra e tesouros intactos certamente, riquíssimo por sua longa história de cultivo de vinho, tem se mantido, absolutamente digno de ser descoberto.
O caso mais emblemático é dada a uva Grignolino, cujo nome provêm do dialeto piemontese que significa, rir, que possuiu uma história de pelo menos trezentos anos, a qual produz um vinho que não é exatamente fácil de entender e, no momento ainda marginalizado. De cor vermelho rubi bem claro, porém, não se trata de um rosé, e para muitos mal informados essa característica é uma indicação de qualidade inferior. O Grignolino é um vinho que mostra uma boa adstringência em boca, e, portanto, combina muito bem com pratos com mais gorduras, carnes frias, queijos envelhecidos e de média cura, bem como carnes brancas e peixes.
Sua delicadeza o conduziu no século XIX a um momento de grande sucesso, sendo considerado um vinho de gande elegância e nobre importância. O francês “Dictionaire des vins” na segunda metade século XX o apresentou como um dos melhores vinhos italianos, produzido como um verdadeiro cânone clássico e de tradição. Mas, nas últimas três décadas do século passado o Grignolino entrou em crise na qual conjunto de fatores contribuiu para sua marginalização.
Certamente esta variedade é muito suscetível à doenças e denota alguns problemas na produção do vinho. Ele também precisa ser consumido jovem, obstáculo à sua entrada nos processos comerciais de longo prazo. Há também um outro aspecto curioso, o que ajudou a inibir a sua afirmação: o seu nome.
A dificuldade de pronúncia do dígrafo “gn” em países de língua Inglês tem sido restrições muito importantes sobre a comunicação. Então, o Grignolino acabou sendo conhecido e apreciado especialmente no Piemonte, mas com um número de admiradores, mesmo no estrangeiro, o que tende a aumentar.
Independentemente disso, continua a ser produzido na região de Monferrato, e é verdadeiramente o orgulho nas colinas entre Asti e Alessandria, que estão trabalhando duro para assegurar a dignidade que merece e um lugar de destaque no coração dos apaixonados por essa preciosidade.
Texto original de correspondente Roberto Bianco, direto do Piemonte, Italia.
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Tradução e Edição: Su Maestri