Dolcetto se escreve, mas não é Doce!

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A uva Dolcetto é originária do Piemonte e apesar de produzir um vinho de baixa acidez, é utilizada essencialmente para produzir vinhos secos de corpo médio e aromas de frutos silvestres.

Será que estamos diante de uma vindima absolutamente excepcional (aquela do ano 2015 talvez tenha sido a melhor do ultimo século), porém, seria muito interessante aos apreciadores dedicar atenção especial ao Dolcetto, um vinho produzido exclusivamente na região do Piemonte, importante, mas não conhecido no mundo  como merece.

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Tão conhecido quanto o Barbera, o caminho do Dolcetto se espalha em várias partes do Piemonte meridional, iniciando em Monferrato, seguindo com as denominações Dolcetto de Ovada e de Acqui, para concluir-se no Langhe, com o Dolcetto d’Alba. O Dogliani e aquele de Diano de Alba.

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Ovada

 
Seguindo os passos do Barbera o Dolcetto é vinificado nas versões Clássico, que é uma definição não oficial, e Superior, mas  diferentemente  do Barbera  o Dolcetto é produzido unicamente em pureza e, portanto, com uma pegada sempre coerente com as características da videira.
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A história do Dolcetto tem raízes antiga  nos idos de  1.500, teve  a primeira notícia na cidade de  Dogliani, enquanto que nos séculos XVIII e XIX era encontrado em várias publicações, como variedade autoctona de Monferrato. O Dolcetto deve sua própria denominação a suas uvas  vermelhas, baixa acidez e grande doçura.  A partir daqui começa a gerar um equivoco que acaba por limitar o desenvolvimento deste vinho, que definitivamente seco.

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Dolcetto di Ovada onde se pode encontrar versões envelhecidas de Dolcetto

O  vinho Dolcetto no exame visual apresenta um belo vermelho rubi, intenso e escuro, chegando ao roxo, geralmente com pouca transparência. No nariz fica evidente sua simplicidade e genuinidade, com notas florais  e frutas silvestres acentuadas. Em boca é seco e com uma leve adstringência.

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Dolcetto di Dogliani pé-franco, testemunho excepcional do período pré filoxera (1870)

Devido à sua simplicidade e autenticidade somos levados a pensar que este vinho seria próprio para ser consumido jovem, porém muitos produtores começaram recentemente trabalhos para o envelhecimento do Dolcetto, com resultados muito interessantes, inclusive com estágio em barricas de carvalho. O graduação  alcoólica é limitada com uma base de 11,5º para Dolcetto d’Alba, Acqui e Ovada, enquanto a especificação de Dogliani Dolcetto di Diano d’Alba fornece uma gradação mínima de 12º.

No século XIX e, em seguida, no século XX, o Dolcetto  provavelmente foi  vítima das políticas de produção e da própria economia, que  lhe conferiu o status de vinho novo e primaveril, é que ainda hoje leva esse rótulo de um produto leve e fácil de beber no dia-a-dia.

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É, portanto, evidente que, à luz da evolução do mercado do vinho nas últimas décadas, onde as classes sociais médias estão desaparecendo  gradualmente, e com eles os vinhos de preço médio, o Dolcetto passou no sofrimento e na asfixia dos vinhedos de mono cultura, o Nebbiolo, que tendem até Langhe.

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Os produtores de Barbera do Piemonte: Andrea Bosco La Morra, Gianluca Demaria Dogliani e Roberto Ghio de Ovada

claro, porém, que os produtores do Piemonte, conscientes dos valores tradicionais do setor enológico nacional, estão trabalhando duro para assegurar um modelo de produção adequada às exigências do mercado e o valor de suas uvas, pois de uma grande uva sempre  nasce um grande vinho, é isso que  o Dolcetto quer ser,e o que certamente será.

Enquanto isso, vamos aproveitar a excepcional  safra 2015 do Dolcetto. Salut!!

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Texto original: roberto bianco

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Edição e Tradução: Su Maestri
 

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