Os espumantes são a vedete das confraternizações. As bebidas que borbulham tornam qualquer comemoração mais animada, sendo a opção perfeita para quem deseja descomplicar a escolha do vinho para uma refeição, acompanhando bem desde entradas, pratos principais leves ou pesados, e sobremesa. Isso se deve à acidez da bebida, que faz a limpeza da boca e permite novas e inusitadas combinações.
No Brasil, algumas pessoas ainda têm o hábito de chamar qualquer bebida que borbulhe de “Champagne”. Porém, para ser chamado de champagne, os mais famosos e reputados espumantes do mundo, o vinho precisa ser produzido na região francesa do mesmo nome, com uvas Pinot Noir, Pinot Meunier e Chardonnay. Assim como só devem ser chamados de “Proseccos” os vinhos produzidos com a uva prosecco na região do Veneto, norte/nordeste da Itália, e, vale lembrar que recentemente, as colinas produtoras de Prosecco, o vinho italiano mais consumido no mundo, recebeu o título de Patrimônio Mundial da Humanidade da Unesco. Já a espanhola “Cava” é um tipo de espumante produzido com as uvas Parrelada, Xare-lo e Macabeo (Viura), e só pode ser considerado Cava se tiver estas duas características. A Catalunha é responsável por 95% da produção dos espumantes na Espanha. Embora não haja uma região delimitada para a produção desse espumante, as uvas utilizadas devem ser específicas, como dito anteriormente.
Então, Champagne, Proseccos e Cavas são espumantes. Espumante nada mais é que um vinho que passa por duas fermentações. Depois da primeira fermentação, que transforma o açúcar natural da uva em álcool, é realizada uma segunda fermentação, para gerar o gás carbônico responsável pela borbulha (perlage), que não existe nos vinhos chamados “tranquilos”. Essa fermentação pode acontecer na própria garrafa (método Champenoise ou Tradicional/Clássico), ou em tanques de aço inox (método Charmat).
O Brasil é um respeitado produtor de espumantes. O clima do Rio Grande do Sul, mais frio, aliado à boa adaptação das uvas Chardonnay e Pinot Noir e ao domínio das técnicas de elaboração, resultam em espumantes de muita qualidade, hoje reconhecidos mundialmente.
PASSO A PASSO PARA GELAR, ABRIR E SERVIR UM ESPUMANTE
Você sabe como gelar um espumante? Você sabia que o estouro da rolha provoca a perda de gás e de aromas do espumante? Qual a melhor forma de servir a bebida? Veja essa e outras dicas que o sommelier Renato Vinhal, da importadora de vinhos Casa Rio Verde, de Belo Horizonte enviou para o blog.
A temperatura ideal para servir o espumante – A forma ideal de gelar um espumante não é a geladeira nem o freezer. Coloque a bebida em um balde grande com gelo e água em partes iguais. Não deixe a garrafa mergulhada inteira na água gelada. Uma garrafa deixada durante 8 minutos na água com gelo sofrerá redução de 5 graus na temperatura, que corresponde a 60 minutos em geladeira.
Além da acidez os espumantes também têm o gás, e por isso devem ser servidos bem frios. Nature, Extra Brut e Brut devem ser servidos entre 8ºC e 12ºC. Demi-sec e doce entre 4ºC e 8ºC.
Como abrir a garrafa de espumante – Diferente de um vinho “tranquilo”, a garrafa de espumante abriga em seu interior uma enorme pressão. É preciso tomar cuidado para que a rolha não saia de forma violenta e provoque algum acidente.
A primeira dica é não agitar a garrafa. Após o espumante atingir a temperatura desejada, retire a cápsula (papel-alumínio). Em seguida, retire a gaiola de arames que circunda a rolha. Mantenha o polegar sobre a rolha e segure firme, girando a garrafa lentamente. Uma vez solta a gaiola, não a remova, pois ela deverá sair junto com a rolha. Após os primeiros giros, a rolha começará a sair. Controle-a com firmeza e lentamente. Se quiser, utilize um pano limpo e seco para cobrir a rolha durante a sua remoção.
Barulho ou não barulho? O estouro do espumante é sempre um momento de alegria nas festas, mas um “pecado” para quem aprecia a bebida, já que o gás vai embora prejudicando os aromas e o sabor. Após servido, também não gire a taça de espumante, como se faz com os brancos e tintos. Se o objetivo é o barulho, faça isso com uma sidra. Se não, deixe para brindar com as taças.
A hora de servir e desfrutar – As taças de estilo flûte, finas e compridas, valorizam as borbulhas da bebida. Segure a taça pela haste, para que a temperatura da mão não interfira na do espumante, e faça o serviço lentamente, assim não se perde o gás. Não encha mais que dois terços da taça.
O que não faltam são motivos para desfrutar de uma taça de espumante. Fazer isso da maneira correta vai fazer desses momentos ainda mais especiais.
Edição: Su Maestri