De janeiro a junho foram comercializados 208,5 milhões de litros no Brasil * Destaques do semestre foram os espumantes brasileiros, que cresceram 67% nas vendas
Após um 2020 histórico, o setor vitivinícola seguiu registrando números positivos no primeiro semestre deste ano. Os dados foram apresentados no dia 18 de agosto, na 3ª edição do Wine Summit, evento digital promovido pela Wine South America, maior e principal feira profissional de vinhos da América Latina.
Com base em dados de importadores e produtores, de janeiro a junho o mercado cresceu 4% em relação ao mesmo período do ano passado, pulando de 200,1 milhões de litros para 208,5 milhões de litros comercializados. Detalhando por segmento, os destaques do semestre foram os espumantes brasileiros, que cresceram 67% nas vendas, e os vinhos finos, que atingiram uma elevação de 100% na comercialização.
O panorama de distribuição dos vinhos e espumantes por estado também foi apresentado com exclusividade no Wine Summit. São Paulo aparece em primeiro lugar com 34% do total de vinhos e espumantes distribuídos no país. Em segundo lugar vem o Rio Grande do Sul, com 15%, e em terceiro vem o Rio de Janeiro, com 9,7%.
No 3º Wine Summit outro tema importante foi discutido: a tributação do mercado de vinhos no Brasil. O Dr. Júlio César Grazziotin, consultor e assessor tributário, detalhou as atualizações da Substituição Tributária (ST), que é um dos maiores fardos do setor em relação à competitividade.
O doutor em Direito Tributário pela PUC-SP, Dr. José Renato Camilotti, falou sobre os regimes tributários e destacou a importância das vinícolas e demais profissionais do setor estarem sempre bem informados, conhecendo bem a legislação, as decisões dos tribunais – que podem ou não propiciar vantagens competitivas – e o seu próprio negócio.
“No Brasil, temos uma teia complexa de legislação tributária sendo emanada por todos os entes da federação, desde o governo federal, até os estados e os municípios. Estima-se que a gente tenha quase meio milhão de normas tributárias vigentes no nosso país”, pontua Camilotti.
Nesse sentido, a unificação dos impostos costuma ser citada como uma medida importante para a competitividade do setor. “Existem muitos comentários sobre como o valor de venda da vinícola é diferente do e-commerce, que é diferente do supermercado. O impacto da tributação muda bastante, cada estado é um país. São questões bem complexas e trabalhamos dia a dia para fechar esse quebra cabeça”, observou o produtor Daniel Panizzi, representante da Uvibra/Consevitis, que esteve presente no encontro.
Realizado pela Wine South America com o objetivo de fortalecer a promoção do vinho brasileiro por meio do compartilhamento e da geração de conteúdos ligados ao setor, o Wine Summit prevê a sua quarta edição ainda para este ano. A feira, que realizará em 2022 sua edição presencial, mantém o propósito de fomentar negócios, mesmo no formato online, adotado na WSA em 2020 e em 2021. Este ano, nos dias 14 e 15 de setembro, a WSA promoverá o 3° Wine Connection, que em suas duas primeiras edições – em novembro do ano passado e em maio deste ano – movimentou cerca de R$ 1 milhão em negócios e realizou 480 reuniões digitais entre compradores e vinícolas.
A plataforma digital permite que compradores das principais redes importadoras, distribuidoras, atacadistas, varejistas e profissionais do vinho se conectem virtualmente com os principais produtores de vinhos do Brasil, além de possibilitar experiências reais de degustações dos rótulos. O projeto é realizado em parceria com o Sebrae/RS, exclusivo para profissionais do setor.
Mais informações: www.winesa.com.br/connection.
Edição: Su Maestri
Dados: Ideal BI Consulting.