Descorchados: Concha y Toro arremata altas pontuações
Sueli Maestri
16/04/2024
A competição no mercado de vinhos transcende o mero sabor e qualidade da bebida. Anualmente, vinícolas de todo o mundo se envolvem em uma corrida frenética em busca das mais altas pontuações dos renomados críticos de vinhos e guias, como o Descorchados. Essas classificações não só influenciam a reputação e a demanda dos vinhos, mas também afetam diretamente os negócios e o prestígio das vinícolas.
A Concha Y Toro navega neste cenário com tranquilidade, mantendo seus rótulos premium com notas entre 95 e 97 pontos, caso de Amelia Chardonnay e Pinot Noir, Carmín de Peumo, Don Melchor e Trivento Eolo, apenas citando alguns de seus vinhos que se destacam na edição do Guia Descorchados 2024. O evento de lançamento do Guia acontece no próximo dia 9 de abril, no Villagio JK, na Vila Olimpia, em dois turnos -das 10h às 13h30 e das 15h30 às 19h. Participam cerca de 100 vinícolas em exposição, além de palestras e degustações ministradas pelo autor do guia, o crítico Patricio Tapia. Para conversar sobre a dinâmica por trás dessa corrida pela excelência, destacando a pressão, estratégias e desafios enfrentados pelas vinícolas na busca das melhores pontuações possíveis, estão no Brasil, dois dos mais renomados enólogos da Concha Y Toro – Marcelo Papa, responsável pela vinificação de rótulos como Amelia, Heritage e Marques de Casa Concha, e Germán di Cesare, à frente da Trivento Wines, onde brilha o Eolo 2019, vinho ícone e altamente pontuado da subsidiária argentina da vinícola chilena. “Os principais guias e críticos de vinhos como o Descorchados, desempenham papel vital na indústria vinícola. Suas pontuações têm impacto significativo na reputação das vinícolas e na percepção dos consumidores, além de determinarem o valor de mercado dos vinhos”, comenta o enólogo Marcelo Papa.
Na visão de Germán di Cesare, responsável pelo emblemático Trivento Eolo 2019, as vinícolas precisam incessantemente investir em tecnologia e inovação para aprimorar a qualidade das safras. “A seleção de terroir e técnicas de viticultura desempenham um papel fundamental na produção de vinhos distintivos e de alta qualidade. Além disso, estratégias de marketing e relações públicas são empregadas para maximizar a exposição dos vinhos aos críticos e influenciadores. Nesse capítulo, o Descorchados é uma excelente exposição para a nossa marca”, comenta.
Desafios
Para o Country Manager da Concha y Toro no Brasil, Pietro Capuzzi, “nem tudo é mar de rosas no mundo do vinho, levando enólogos a enfrentar desafios de peso como flutuações climáticas e mudanças ambientais que podem afetar a consistência e a qualidade das safras, enquanto as pressões financeiras exigem investimentos em técnicas de produção mais sofisticadas e sustentáveis. A competição acirrada entre vinícolas para atrair a atenção dos críticos mais influentes é constante”, diz.
Marcelo Papa, por sua vez, aponta para a importância de tendências emergentes na produção de vinho, como a adoção de práticas orgânicas e sustentáveis, e o impacto das mudanças climáticas na viticultura e nas características dos vinhos – aspectos importantes a serem considerados. “ A tecnologia desempenha um papel crescente na análise e aprimoramento das safras, com o uso de inteligência artificial e drones agrícolas, com o embasamente de pesquisas e ciência, hoje, fundamentais na indústria vitivinícola atual”, aponta Papa .
“A busca incessante pela excelência nas safras de vinho reflete não apenas a paixão e o comprometimento das vinícolas, mas também a complexidade e a competitividade do mercado global de vinhos. Enquanto as pontuações dos grandes guias e críticos continuarem a exercer uma influência significativa sobre a indústria, as vinícolas continuarão a enfrentar desafios e buscar inovações para se destacarem em meio à concorrência acirrada”, conclui German di Cesare.
Conheça os vinhos Amelia Chardonnay, Amelia Pinot Noir e Trivento Eolo 2019, que receberam altas pontuações na edição do Guia Descorchados 2024
Amelia é a expressão mais pura do terroir de Limarí, a “Borgonha”chilena, pode-se dizer, por apresentar características similares à mítica região vitivinícola francesa. Sua proximidade ao oceano pacífico e deserto de Atacama contribuem para que a Chardonnay e a Pinot Noir alcancem sua expressão máxima. O tempo chega a parar diante da imensidão do Vale do Limarí e sua impressionante paisagem. O vinhedo se beneficia das manhãs frias e de um solo com grande presença de calcário, dando vida à vinhos singulares, com um caráter mineral elegante.
O enólogo Marcelo Papa, responsável por Amelia, exalta a incidência de diferentes aromas no rótulo Chardonnay, e excelente equilíbrio de corpo e mineralidade, com uma atrativa salinidade, final fresco e longo em boca. Já o Pinot Noir desfruta de estrutura e acidez equilibrada e traz também aquele toque de salinidade única que o terroir de Limarí confere a seus vinhos. São muitos os prêmios e as altas pontuações que estes rótulos vêm conquistando ao longo dos anos, prova de que os vinhos de Limarí podem se equiparar a belos Borgonhas. “É tudo uma questão de equilíbrio. Procuro refletir o terroir nos meus vinhos, trazendo as melhores características de cada vinha com que trabalho”, diz Papa
Amelia Chardonnay 2018 – 96 pts.
Cristalino e amarelo brilhante, o vinho se mostra complexo e com múltiplos aromas de flores brancas e pera, além de exibir notas minerais predominantes. Fresco, mostra harmonia entre estrutura e mineralidade, com toques de salinidade. 100% chardonnay, tem graduação alcóolica de 14,2%. Harmoniza belamente com peixes como mero, atum selado com gergelim, bisque de lagosta, ensopado de Mariscos da Nova Inglaterra, ostras gratinadas, paella de frutos do mar, codornas, sopa de milho, sopa de abóbora, ravióli recheado de salmão e massas com molhos cremosos leves. Onde encontrar
Amelia Pinot Noir2017 – 95 pts.
De cor rubi clara, é um vinho complexo e multifacetado, onde predominam notas de cerejas vermelhas e um toque de folhas de chá preto. Refrescante,apresenta uma excelente combinação de estrutura e mineralidade, com um final longo e fresco. 100% Pinot Noir, tem graduação alcóolica de 14%. Harmoniza com atúm suavemente grelhado, salmão com ervas frescas, lombinho de porco com molho de cereja e romã, lentilhas com espinafre e beterraba cozidos, queijos de cabra maduros, cheddar ou brie. Onde encontrar
Sobre Marcelo Papa
Enólogo da Universidad Católica de Chile, Marcelo Papa desenvolveu uma carreira de sucesso na Viña Concha y Toro, onde atualmente atua como Diretor Técnico. Desde 1998 é o responsável pela linha Casillero del Diablo. Um ano depois, agregou ao seu trabalho uma das marcas mais prestigiadas e tradicionais do Chile: Marques de Casa Concha. Ao assumir esta série, Marcelo Papa implementou melhores técnicas de gestão agrícola e enológica, o que aumentou significativamente a qualidade do Marques de Casa Concha, tornando-o um vinho muito procurado a nível mundial, que visa alcançar uma maior concentração e carácter das uvas provenientes de vinhas tradicionais da Concha Y Toro.
A marca deste enólogo também está presente no projeto super premium de Maycas del Limarí, vinícola que lidera desde sua criação em 2005. Segundo a crítica internacional, a sua grande conquista profissional reside na marca que imprime nos seus produtos, obtendo notas elevadas que comprovam a sua capacidade de fazer vinhos com grande personalidade e sentido de origem. Caso que se repete nos rótulos Amelia Chardonnay e Amelia Pinot Noir.
Sobre o vinhedo
O vinhedo de Quebrada Seca está localizado a 190 metros acima do nivél do mar, a apenas 22 quilômetros do Oceano Pacífico, na margem norte do rio Limarí. Os solos são argilosos e ricos em carbonato de cálcio; as temperaturas são frias e as manhãs nubladas, permitindo que as frutas amadureçam lentamente, e por fim, produzam vinhos mais frescos
Trivento Eolo 2019 – 97 pts.
Após finalizar sua guarda de mais de três anos a safra 2019 de Eolo Malbec, ícone da Trivento, subsidiária argentina da vinícola Concha Y Toro brilha e conquista prestígio e mantem sua alta pontuação no Descorchados 2024. Proveniente do vinhedo centenário de 4 hectares localizado a 983 metros de altitude ao lado norte do rio Mendoza, esta safra é a manifestação do tempo e expressão genuína do terroir centenário de Luján de Cuyo. Germán Di Césare, diretor enológico do Eolo, destacou a colheita 2019 como a culminação de um ano de trabalho meticuloso, harmonizado pelo clima favorável, resultando em um vinho que apresenta equilíbrio e delicadeza.
Em novembro de 2020, 10.500 unidades de Eolo Malbec 2019 foram engarrafadas. A cor vermelho violáceo brilhante com reflexos azulados revela uma combinação de frutos vermelhos, como framboesa e cereja, e notas florais, como violeta. Este Malbec se caracteriza por seus taninos macios e um final prolongado. Luis Gutiérrez, crítico de vinhos, atribuiu 96 pontos ao Eolo Malbec 2019, enquanto Patricio Tapia o pontuou com 97 pontos em 2023. Adicionalmente, esta safra foi selecionada como o Melhor de Vistalba (Mendoza) e fez parte do TOP TEN de Vinhos Tintos do Guia Descorchados 2023. James Suckling e Tim Atkin ambos deram 95 pontos a este ícone.
Sobre German di Cesare
German di Cesare é responsável por salvaguardar o estilo e a qualidade dos vinhos Trivento e servir como seu embaixador. Sua carreira começou muito jovem e, seguindo uma trajetória interna de crescimento contínuo, foi nomeado diretor técnico de enologia em 2017. German é um verdadeiro bon vivant caseiro, embora sua paixões se estendam muito além da montanha e do vinhedo. Começou a comandar a vinícola Eolo em 2018 e desde então tem estado envolvido na compreensão profunda dos perfis do solo de Luján de Cuyo, das características genéticas das vinhas antigas e das técnicas tradicionais de vinho que influenciam o vinho Eolo.
“Neste vinho encontramos a influência inconfundível dos Andes, da tradição e do sol de Cuyo”, diz.
mante da música folclórica argentina, do violão, dos cavalos e da Cordilheira dos Andes, ele e uma pessoa gentil, paciente, que preza seus momentos de tranquiliidade e boas amizades. Ele consegue atingir um equilíbrio notável entre precisão e criatividade. Buscando a qualidade e inspirando-se na música e nas estações dos vinhedos, surge um perfil que retrata o tipo de enólogo que German realmente é: um criador honesto, de sensações vibrantes
Sobre o vinhedo
O vinhedo Eolo, plantado em 1912, é irrigado usando o método ancestral de acequias (canais) alimentados pela água do Rio Mendoza, oriunda do degelo da Cordilheira dos Andes. Com uma densidade de 5.550 plantas por hectare, o equilíbrio é uma característica inerente deste vinhedo, que tem um rendimento médio de 1,18 kg por planta. Em uma exploração minuciosa dos solos do vinhedo Eolo, Germán Di Cesare e o engenheiro agrônomo Matías Casagrande mapearam diferentes perfis de solo, desde pedregoso calcário a limo-argiloso, cada um contribuindo com características únicas para o vinho
Sobre a Viña Concha Y Toro
Com mais de 135 anos de história, a Viña Concha y Toro é empresa líder no segmento de vinhos. Segundo dados da consultoria Wine Intelligence, atualmente é a maior exportadora de vinhos da América Latina e uma das principais marcas de vinho do mundo presente em mais de 130 países.
Sediada em Santiago do Chile, possui 12.313 hectares de vinhedos plantados nos melhores vales vitivinícolas do Chile, Argentina e Estados Unidos. Tem 13 escritórios de vendas em seus principais mercados ao redor do mundo. Em 2021, a Viña Concha y Toro tornou-se uma Certified B Corporation, concedida para as empresas comprovadamente comprometidas com a agenda ESG.
No Brasil, a VCT, filial e distribuidora do Grupo Concha y Toro, representa no país todos os produtos das vinícolas Concha y Toro, Trivento e Fetzer.